Parte
dessa resposta foi dada no dia 18 de abril passado, através do site
TerraServer, na Internet. A empresa, sediada na cidade de Raleigh,
também nos Estados Unidos, é especializada na obtenção e
comercialização de imagens digitais via satélite, que disponibiliza
para compra através do endereço www. terraserver.com. Quem
visitou o site a partir daquela data pôde ver em detalhes inéditos,
dúzias de fotografias da Área 51, embora com poucas explicações. As
imagens foram obtidas no dia 17 de março de 1998 num trabalho em
conjunto das empresas Aerial Images, Inc., Microsoft, Compaq
e Kodak. O satélite usado para fazer as fotos digitais é de uma empresa
soviética ligada à Agência Russa de Aviação e Espaço, a
Sovinformsputnik.
“Conheça os segredos da área militar mais bem guardada do mundo”, dizia
o site da TerraServer. De fato, as detalhadas imagens mostram o real
tamanho dessa que é uma das maiores e mais secretas bases militares de
todo o planeta. A Base Aérea de Groom Lake ocupa apenas uma fração da
área total onde está Dreamland. Durante muito tempo, o mundo apenas
suspeitava que uma base como a Área 51 existisse – apesar de alguns
ufólogos falarem abertamente sobre o assunto desde os anos 70. A
unidade é gigantesca, e tão secreta que não aparece em qualquer mapa
civil ou militar que não seja destinado ao uso por autoridades de
altíssimo escalão. E tem décadas de existência: desde a Segunda Guerra
se testam armamentos secretos em suas instalações, o que justificaria a
segurança e confidencialidade máximas.
Entretanto,
depois do explosivo aumento no número de ocorrências ufológicas em todo
o mundo, principalmente nos Estados Unidos, a Área 51 e outras
instalações militares com os mesmos recursos passaram também a
comportar experiências secretas com UFOs acidentados e resgatados em
todo o planeta. O complexo principal de Dreamland tem sua estrutura
básica quase toda alojada abaixo da terra, em prédios subterrâneos que,
segundo especialistas, teriam mais de 20 andares. Nas fotos reveladas
pela TerraServer podem ser vistas entradas misteriosas para esse
universo subterrâneo. Agora, após sua exposição, os ufólogos do mundo
inteiro se perguntam – dessa vez somados à população, que já conhece a
verdade sobre o local – duas coisas. Primeiro, se o governo vai de uma
vez admitir sua existência.
Segundo, se o número 51 é indicativo de que outras 50 unidades iguais
tenham sido construídas antes dela.
Quantas foram depois só o tempo dirá.
Numa das fotos mais nítidas é mostrada uma pista de pouso e decolagem
de 9 km de extensão, o que equivale a quase 50 campos de futebol
colocados lado a lado. O satélite da Sovinformsputnik revelou que a
pista é maior do que algumas das mais gigantescas do mundo, alojadas em
aeroportos como Los Angeles, Atlanta e Frankfurt. Mas, para que se
necessita de uma pista com essa enormidade? Talvez a resposta esteja na
construção de aviões invisíveis ao radar, como o Stealth e Aurora,
desenvolvidos e testados no local. Entretanto, as imagens da
TerraServer são bem complexas. Algumas mostram como a área cresceu,
inclusive detalhando a reconstrução e expansão do conjunto de prédios e
alojamentos militares que lá existem. Numa das imagens vêem-se
instalações recém construídas e até um descomunal paiol de munições.
Aqui
reside um problema da maior gravidade: o governo norte-americano irá
ter incômodas dores-de-cabeça para explicar à nação como novos prédios
foram erguidos naquela que é uma área militar inexistente, segundo
todos os informes e declarações oficiais. E não se pense que tal
cobrança não será feita: a Área 51 é objeto constante de programas da
forte e incisiva Imprensa daquele país. Até Larry King, da CNN, já fez
entrevistas com estudiosos do problema, diretamente dos arredores da
base e ao vivo! A questão da segurança nacional envolvendo Dreamland é
tão complexa que Hollywood satirizou o fato no filme Independence Day,
quando fez alusão ao fato de que o próprio presidente norte-americano
desconhecia sua existência. “Clinton pode saber que ela existe, mas tem
apenas vaga idéia do que se faz lá”, declarou recentemente o físico e
ex-funcionário da área Bob Lazar.
Hangares
Gigantescos
Noutra fotografia da TerraServer podem ser vistos o que se parece com
quatro gigantescos hangares para aviões, ao lado da referida pista.
Ampliando-se a imagem, se observa também alguns ônibus, torres de
tráfego aéreo e até carros – muita atividade para um lugar que sequer
consta dos mapas oficiais. “Se você perguntar a qualquer morador
daquela região sobre a base, vão lhe dizer até onde ela fica e a que
horas podem ser vistas luzes estranhas”, disse à Revista UFO o
estudioso David Darlington. “Mas se você fizer a mesma pergunta a uma
autoridade ou até mesmo a um guarda de trânsito, eles jamais admitirão
a existência do local”. Alguns estudiosos já afirmaram que um dos
hangares da foto seria o famoso Hangar 18, tema de livros e até de um
filme sobre a queda de uma nave extraterrestre.
Mas a confusão foi desfeita rapidamente, pois o referido hangar, hoje
desativado, ficava na Base Aérea de Wright-Patterson, em Ohio. Era para
lá que corpos de alienígenas e naves extraterrestres acidentadas eram
enviados, antes da Área 51 ser usada para o mesmo fim.
A
reação da comunidade científica norte-americana à revelação das fotos
foi imediata e dividiu celebridades. “Eu quero ver discos voadores como
qualquer outra pessoa”, disse John Pike, da Federação Americana de
Cientistas. “Nas fotos pode ser vista intensa atividade acontecendo
naquele lugar. Parece que muita verba é aplicada na Área 51, mas
pouquíssima informação sobre seu uso sai de lá” . Ufólogos também se
agitaram em todos os cantos da Terra. Pela primeira vez, algo
verdadeiramente importante estava acontecendo e tinha chances de forçar
o governo a admitir a existência de Dreamland definitivamente. A
TerraServer, portanto, está fazendo um grande favor à comunidade
ufológica internacional. A tecnologia que empregou na obtenção das
fotos só era utilizada, até então, pelas agências de inteligência mais
preparadas do mundo, com seus satélites espiões de alta especialização.
Com tais instrumentos em mãos, imagina-se que até 2003 mais de 10
empresas de cinco países se beneficiem diretamente da obtenção de fotos
de alta resolução em qualquer parte do globo. Isso está deixando o
governo dos EUA preocupado, pois se acredita que imagens como essas
possam encorajar a indústria internacional da espionagem e,
conseqüentemente, ataques contra a sociedade por grupos extremistas.
Ao longo dos anos, a Área 51 tem sido exemplarmente bem guardada por
militares em jipes, helicópteros Pave Hawk e aviões diversos. Um
sofisticado sistema de detecção de presença capta tudo o que se mexe em
seu perímetro, ativando os guardas que vão ao local da intrusão e
removem os que se aventurarem pelos morros em volta da base. Esses
sensores são tão modernos que seriam capazes de “sentir” literalmente o
cheiro de estranhos e poderiam distinguí-los de animais. Somente de
cima de alguns deles, aliás, e em condições absolutamente favoráveis, é
que se consegue ver algo da área. Isso, se os militares não prenderem o
curioso.
Há placas espalhadas por todos os cantos, informando que intrusos podem
ser detidos. Na verdade, pela extensão da lei de segurança nacional dos
EUA, um curioso capturado nos arredores de Dreamland pode ficar detido
sem qualquer explicação a dar ou receber por até 72 horas. Em
determinadas circunstâncias, os guardas podem atirar para matar – sem
qualquer pergunta ou titubeio.
O perímetro de segurança da área cresceu muito nos últimos anos, como
mostram as fotos. Até 1984 era fácil observá-la da montanha Bald e de
outros lugares mais altos, que ficam ao norte das instalações
militares. Mas, devido às hordas de curiosos que para lá acorriam, a
Força Aérea Norte-Americana (USAF) estendeu a área da vizinha Base
Aérea de Nellis, cerca de 100 km de Dreamland, de forma a reforçar a
segurança do local contra invasões. Entretanto, dois morros ao sul de
Groom Lake ainda ofereciam uma visão razoável da base até 1995, quando
as autoridades também suprimiram este acesso. As localidades de White
Sides Peaks e Freedom Ridge foram então anexadas ao complexo militar
que, insistem as autoridades, não existe...
Felizmente, agora temos as fotos de satélite para apreciar. E isso é
bom para a saúde dos ufólogos, que corriam sérios riscos adentrando os
arredores de Groom Lake. A duas horas de carro de Las Vegas, pela
rodovia NV-93, em pleno deserto de Nevada, estima-se que o complexo
militar de Dreamland tenha 9 mil hectares, inserido numa área
equivalente ao tamanho da Suíça.
Seu espaço aéreo é o mais inviolável dos EUA: nenhuma aeronave tem
permissão para sobrevoá-lo, nem mesmo de companhias aéreas regulares
que atendem ao sul do Nevada e da Califórnia. Em seus primórdios, a
Área 51 já serviu como base secreta de operações para a Lockheed
Aircraft Corporation desenvolver aviões de espionagem para a CIA. Mas
foi usada também pela Comissão de Energia Atômica dos EUA para testes
de bombas – inclusive nucleares. Segundo especialistas, a área continua
sendo a sede de alguns dos projetos mais revolucionários dos EUA – não
porque a tecnologia lá utilizada seja de segurança nacional no país, e
sim porque teria origem extraterrestre.
Tecnologia Alienígena
Desde o estabelecimento da Área 51, várias pessoas declararam ter visto
estranhos objetos sobrevoando seu espaço aéreo e arredores, mas as
autoridades sempre negaram os fatos. Contudo, um de seus próprios
funcionários declarou que na base, além de projetos militares avançados
que usam tecnologia alienígena ativamente, discos voadores genuinamente
extraterrestres também seriam objetos de estudo. As naves, resgatadas
intactas ou não em acidentes, eram consertadas ou reconstruídas em
Dreamland e depois submetidas à prova por pilotos de testes. Foi o
próprio físico Robert “Bob” Lazar quem fez tal afirmação, sendo seguido
por vários outros ex-funcionários das instalações de Groom Lake. “Quase
todos os dias eu pegava o avião em McCarran e ia à ‘Fazenda’, onde
trabalhava em tecnologia revolucionária”, declarou Lazar, que trabalhou
cinco meses na base, a partir de dezembro de 1988. O piloto de testes e
herói de guerra John Lear, filho do então proprietário da fábrica de
aviões a jato Learjet, foi um dos que colocou os UFOs à prova.
Lazar recentemente estendeu suas declarações e informou que o governo
norte-americano estava pesquisando nada menos que nove discos voadores
na Área 51, e tentava adaptar sua tecnologia em projetos terrestres,
com o uso da chamada engenharia reversa. Por suas declarações, ele e
sua mulher receberam várias ameaças de morte. Assim, evitando correr
riscos, em novembro de 1989 decidiu aparecer em público e confirmou
suas alegações. Disse que há um lugar secreto no interior da Área 51,
conhecido como S-4, próximo ao lago seco Papoose, onde as naves
alienígenas eram guardadas. Explicou que seu trabalho se dava
justamente naquelas instalações, junto a uma equipe de 22 engenheiros
contratados para estudar os sistemas de propulsão dos discos voadores.
Agora, as novas imagens da TerraServer confirmam as declarações de
Lazar, mostrando detalhes de tais instalações.
Ainda segundo Lazar, o S-4 era um enorme complexo subterrâneo que
ocupava toda a área de uma cordilheira de montanhas. No início, o
físico pensou que estivesse trabalhando com uma tecnologia altamente
sofisticada criada pelo homem. Mas quando entrou em um dos discos
voadores lá alojados, convenceu-se de que se tratava de algo de outro
mundo, porque tanto sua forma quanto suas dimensões confirmam sua
origem não humana. “As naves que examinei não possuíam juntas
aparentes, nenhuma solda, parafusos ou rebites”, disse Lazar. “As
bordas de todos os elementos da espaçonave eram arredondadas e suaves,
como se tivessem sido feitas com cera quente submetida a um rápido
processo de resfriamento”.
De acordo com seu relato, havia arcos e delicadas cadeiras de somente
30 cm de altura no interior dos veículos espaciais. Sua unidade de
propulsão era o que mais lhe intrigava: tinha o tamanho de uma bola de
beisebol e irradiava um campo antigravitacional através de uma coluna
oca, situada verticalmente no centro da nave. Lazar teve sua
curiosidade científica aguçada e passou a procurar informações sobre
tudo o que acontecia em S-4. Foi quando teve acesso a um memorando que
confirmou suas suspeitas. Nele havia uma quantidade impressionante de
informações sobre os UFOs, “inclusive fotografias de autópsias de
pequenos seres cinzas com grandes cabeças calvas”, declarou à Revista
UFO. “O governo estava escondendo da população fatos da maior
gravidade, e tudo aquilo estava sendo feito em Groom Lake, mais
precisamente em S-4”, desabafou [Veja edição UFO Especial 09].
ETs Mantidos Cativos
Dentro da rotina de trabalho desenvolvida em Dreamland, era
tido como estabelecido que os alienígenas mortos e autopsiados,
anteriormente proprietários das naves então alojadas na base, fossem
provenientes da estrela Zeta Reticuli. “Mas nem todos tinham morrido
nas quedas”, garantia Lazar. De fato, de acordo com ele e outras
fontes, algumas naves extraterrestres ficaram apenas levemente
avariadas em impactos com o solo, e seus tripulantes não foram mortos.
Nestes casos, tanto os veículos quanto os seres precisavam ser isolados
e bem cuidados. Não se poderia permitir que tais criaturas ficassem
soltas pois sua sobrevivência deveria ser garantida pelo maior período
de tempo possível. Foi por isso que se construiu instalações
especificas na Área 51 que pudessem receber tais seres, onde viveriam
sob eterna supervisão.
Nutricionistas, médicos, fisioterapeutas, comunicólogos, estudiosos e
uma infinidade de profissionais de alto padrão foram empregados na
manutenção da vida dos extraterrestres, 24 horas por dia, 7 dias por
semana.
Contam algumas fontes que, com o passar do tempo, alguns dos aliens
mantidos nesta espécie de cativeiro passaram a comunicar-se com seus,
digamos, algozes. “Tais comunicações eram tudo o que o governo queria,
pois se tentava extrair o máximo possível de informações dos seres,
para fins tecnológicos”, garante Lazar. Assim, aos poucos, alguns
aliens passaram a transmitir tecnologia para os cientistas que
trabalhavam na Área 51, às vezes até com elevado nível de colaboração
entre ambos, especialmente no desenvolvimento de programas específicos.
No entanto, num incidente em 1979, a confiança mútua foi desfeita e
alguns dos seres teriam se rebelado contra os cientistas e militares
com quem trabalhavam, assassinando alguns deles. “Não vi isso
acontecer, pois foi antes de trabalhar lá. Mas li isso no memorando a
que tive acesso e recomendava que tivéssemos muito cuidado com tudo o
que tocássemos lá”, disse Lazar. O cientista, no entanto, confirmou que
um dia viu por uma porta entreaberta dois homens com batas brancas
olhando para baixo e falando com um pequeno ser que possuía braços
compridos...
É certo que todas estas afirmações são difíceis de acreditar. E muita
gente atribui aos relatos de Lazar apenas uma fertilíssima imaginação e
uma desmedida volúpia por fama e dinheiro. O físico teve muito do
primeiro, mas quase nada do segundo, e hoje tem sua reputação e
credibilidade colocadas em cheque por muitos ufólogos que não acreditam
em sua história. Ainda assim, Lazar está longe de ser descartado –
especialmente agora que as fotos da TerraServer confirmam alguns
detalhes da localização de prédios, pistas de pouso e outros itens a
que ele se referiu desde que decidiu expor publicamente o que alega ter
visto na Área 51. Segundo o jornalista de Las Vegas George Knapp,
muitos estudiosos examinaram a vida de Lazar e confirmaram suas
afirmações. Knapp tem em seu poder uma gravação em vídeo do depoimento
de uma testemunha que participava de importantes planos militares, em
que afirma que as autoridades não só conhecem e empregam tecnologia
alienígena em Dreamland, como mantêm alienígenas em seu poder desde a
década de 50.
Ameaças a
Testemunhas
“Não é
fácil tentar descobrir alguma coisa sobre o que acontece na Área 51”,
desabafa o experiente Knapp. “Todas as investigações que realizamos são
acompanhadas por militares da base, e nossas tentativas de entrevistar
testemunhas que lá trabalharam são completamente frustradas”. Outro
jornalista que investigava a área abandonou seu trabalho por ter
recebido represálias. Um engenheiro eletrônico que observou um disco
voador nos arredores da base e diz-se disposto a fazer uma declaração
num programa de tevê desistiu da tentativa assim que percebeu estar
sendo seguido por militares. Muitas outras testemunhas dispostas a vir
a público foram ameaçadas de forma direta ou indireta. O ufólogo Norio
Hayakawa filmou a rápida aparição de um objeto que surgia próximo à
Área 51 – “definitivamente não convencional e em hipótese alguma um
avião” – mas quando tentou fazer declarações a respeito, foi intimidado
por agentes federais.
Ainda assim, filmagens de UFOs nos arredores de Las Vegas e ao norte,
próximo a Dreamland, estão longe de serem incomuns. A Revista UFO
chegou a lançar, nos anos 80, um vídeo com mais de 120 minutos de
filmes de estranhos objetos voadores não identificados registrados
nestas condições. Atualmente, o vídeo Segredos que o Governo Oculta
[Veja encarte] é o documentário mais completo já produzido sobre a Área
51. No vídeo há gravações que mostram objetos brilhantes se deslocando
pelo céu em velocidades surpreendentes, executando manobras
impossíveis. Um desses objetos se aproximou de uma equipe de reportagem
da rede norte-americana NBC e seus membros ficaram com queimaduras
produzidas por algum tipo de radioatividade desconhecida. No filme
ainda pode ser vista a imagem de dois supostos discos voadores:
um deles parecendo-se com um reator voando a baixa altitude e, o outro,
com uma réplica mal feita de um cesto de lixo. Os objetos seriam
máquinas aéreas criadas e manipuladas dentro de programas que fogem à
vigilância do Congresso dos Estados Unidos, chamados de black programs
ou black operations. “Existem pelo menos oito black programs voando
pela Área 51”, afirma o escritor especializado em aeronáutica Jim
Goodall.
“Como o caça Stealth, eles são projetos secretos do governo e realizam
manobras a impressionantes velocidades e condições, levando muitas
pessoas a acreditar que se trata de discos voadores”.
Apesar de todo o alvoroço que foi criado em torno das imagens
divulgadas pela TerraServer e as milhares de histórias a respeito de
Groom Lake, o Pentágono negou no mês passado que existam projetos
secretos ou mesmo discos voadores na área, admitida em comunicado
oficial apenas como “uma instalação militar como qualquer outra”. É
evidente que, se existem realmente extraterrestres participando de
programas militares secretos em Dreamland – ou em qualquer outro lugar
dos EUA –, o governo jamais admitiria...
Perguntado por repórteres se havia ou não naves ou qualquer outra coisa
alienígena no local, o porta-voz Ken Bacon chegou a insinuar um sorriso
e afirmou que tudo não passava de imaginação. Mas foi imediatamente
desmentido por um outro ex-funcionário da área, segundo o qual os
oficiais saberiam muito bem esconder o que quisessem dos olhos de
curiosos. Até mesmo o presidente Bill Clinton, que já foi favorável à
liberação de informações sobre UFOs, declarou ao Congresso que vai
continuar mantendo em sigilo as atividades da força aérea na base
secreta de Groom Lake, por tempo indeterminado.
Instalações Subterrâneas
“A liberação de
informações sobre as atividades exercidas em Groom Lake seria
extremamente prejudicial à segurança nacional”, declarou Clinton. Mas
isso foi antes da TerraServer vir a público com as fotografias que
expõem a realidade existente atrás das montanhas do Deserto do Nevada,
entre as quais se aloja a maior e mais complexa unidade militar do
mundo. Todos os anos o presidente Clinton assina um novo documento em
que dá continuidade ao sigilo sobre a Área 51. Isso só ajuda a fomentar
a curiosidade e a indignação popular. Ainda assim, mesmo que muitos
ufólogos acreditem que o governo norte-americano tenha acesso à
tecnologia extraterrestre, suas opiniões sobre o que ocorre em
Dreamland podem ser divergentes. O físico canadense Stanton Friedman,
correspondente de UFO no Canadá e um dos maiores especialistas no
assunto, garante que a área está sendo usada para o desenvolvimento de
uma grande variedade de veículos secretos, “como o U-2, o SR-71, o
próprio Stealth e provavelmente o Projeto Aurora”. Friedman já esteve
no local durante o programa Larry King Live, em outubro de 1994, e
disse que “...muitas das instalações da Área 51 são subterrâneas e
estão dentro de montanhas. Por isso que os satélites espiões que passam
sobre a região nada detectam de significante”. Até este momento.
Para Friedman, por serem subterrâneas, as instalações militares de
Dreamland estão bem protegidas contra as armas nucleares inimigas, além
da curiosidade dos ufólogos. Ele não acredita nas histórias de Bob
Lazar: “Lazar mentiu sobre seu passado e até sobre seu currículo
profissional e escolar. Por isso é difícil crer que esteja falando a
verdade sobre qualquer coisa. Ainda assim, acredito ser possível que
veículos alienígenas estejam sendo guardados no subsolo”.
Já o ufólogo Kevin Randle, autor de The Truth About the UFO Crash at
Roswell, acha que não há grandes mistérios na Área 51. “Penso que a
Força Aérea esteja realmente fazendo seus testes de aviões secretos,
mas não há nada de extraterrestre nisso”. Randle também afirma que as
novas imagens da TerraServer não trazem nada inédito. “Não sei o porquê
desse alvoroço todo”. Opiniões à parte, o importante é que os ufólogos
conseguiram depois de anos de insistência provar a existência de uma
base tão secreta, através das novas imagens que surgiram na Internet de
forma nunca esperada. É claro, não havia expectativa em ver UFOs
estacionados nas pistas de decolagem, ou fazendo manobras sobre a torre
de controle da Área 51. Mas as imagens mostram que o governo
norte-americano tem informações ultra-secretas que deseja manter longe
do alcance do público.
Não seria de se surpreender se agora, após o acontecido, Dreamland
fosse aberta para alguma rede de televisão norte-americana ou mesmo
para o público. Tudo isso faz parte do jogo de desinformação que se
exercita para esconder a verdade. Enquanto isso acontecesse, quem sabe
o governo dos EUA já não estaria reestruturando a manutenção do sigilo
em torno de uma eventual Área 52?
Thiago Ticchetti é administrador, membro
da Entidade de Estudos Extraterrestres (EBE-ET) e coordenador das
representações internacionais de UFO. Seu endereço é: SCLN 408, Bloco
A, Apto. 224, 70856-510 Brasília (DF). |